Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

A Rua dos Cataventos
Mario Quintana

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!


Aldir Mendes. Geométrico agrícola nº 1, 444 x 350cm. 


       "A fase atual de minha pintura, que eu chamo de alegoria da cor, tem origem na paisagem rural. A alegoria da cor resulta de inúmeras veladuras e superposições cromáticas de efeitos imprevisíveis. O desenho é determinado pela trajetória da primeira cor, a posição das outras depende da que já foi pintada."    Aldir Mendes               



voltar